A matéria publicada pelo Globo Rural, reforça todo o trabalho das quatro empresas brasileiras selecionadas pela Fundação Ellen MacArthur, incluindo a Horta da Terra, que propuseram produtos feitos com matérias-primas da biodiversidade nacional e cultivadas de modo regenerativo por pequenos e médios produtores.
De acordo com o artigo, em um mundo cada vez mais consciente da necessidade de práticas sustentáveis, a indústria alimentícia se encontra em um momento crucial de transformação. O Grande Redesenho de Alimentos, iniciativa da Fundação Ellen MacArthur em parceria com outras instituições de renome, surge como um farol nesse cenário, impulsionando startups brasileiras a desenvolverem produtos inovadores e regenerativos.
Biodiversidade Brasileira no Centro das Inovações
Das 70 organizações selecionadas globalmente para a fase final do projeto, quatro startups brasileiras se destacaram por suas propostas promissoras, que aliam a valorização da rica biodiversidade nacional à economia circular.
A Japi Bebidas Fermentadas apresenta uma linha de refrescos gaseificados inspirados nos biomas brasileiros, utilizando bactérias selvagens presentes na casca do gengibre para a fermentação. A Nutricandies inova com o primeiro chocolate sem gordura do Brasil, aproveitando subprodutos do cacau que geralmente são descartados, reduzindo o desperdício e oferecendo um produto nutritivo e saboroso.
A Horta da Terra vai além, criando shots de saúde a partir de ingredientes amazônicos desidratados e liofilizados (como jambú, ora-pro-nóbis, chicória amazônica, vinagreira, taioba, açaí, marapuama e folha de graviola), preservando seus nutrientes e promovendo a agricultura sintrópica em parceria com produtores locais. O método de desidratação e liofilização é o mesmo desenvolvido pela NASA, com o objetivo de diminuir o volume dos frutos, mantendo 98% da sua qualidade nutricional.
Parte dos ingredientes é cultivada em uma fazenda própria de 37 hectares, localizada em Santo Antônio do Tauá, no Pará, 37 hectares, e parte é adquirida com parceiros da região, todos comprados pelo triplo do valor de mercado.
De acordo com Bruno Kato, CEO & Fundador da empresa, a ideia é ter um impacto econômico direto para mostrar como o investimento na diversidade brasileira pode ser benéfica. “Compartilhamos conhecimento sobre agricultura sintrópica e em troca, não só melhoramos as condições comerciais como também estimulamos que mais produtores entrem nesta cadeia, pensando no meio ambiente e contribuindo para uma economia mais verde.”
Completando o time, a Mahta apresenta um shake com 12 superalimentos amazônicos, incluindo subprodutos como torta da castanha-do-pará, cupuaçu e cacau, buscando um impacto positivo no meio ambiente, na sociedade e na saúde dos consumidores.
Mais do que Produtos, um Novo Paradigma
As iniciativas dessas startups não se limitam ao desenvolvimento de produtos inovadores. Elas representam um novo paradigma para a indústria alimentícia brasileira, onde a sustentabilidade e a valorização da biodiversidade estão no centro das operações.
Ao utilizar matérias-primas regenerativas provenientes de pequenos e médios produtores, essas empresas fortalecem as comunidades locais, impulsionam a economia circular e reduzem o impacto ambiental da produção de alimentos.
Um Futuro Mais Sustentável e Delicioso
Com o apoio do Grupo Carrefour, que oferecerá espaço gratuito em suas prateleiras por seis meses, esses produtos inovadores terão a oportunidade de alcançar um público mais amplo e contribuir para a transformação do sistema alimentar no Brasil.
A iniciativa do Grande Redesenho de Alimentos demonstra o potencial do Brasil para se tornar um líder global na produção de alimentos sustentáveis, nutritivos e saborosos. As startups brasileiras selecionadas são exemplos inspiradores de como a inovação e a colaboração podem impulsionar um futuro mais verde e próspero para todos.